Luto

Diante da reportagem “mentes digitais”, exibido no Fantástico no último domingo (6) fui interpelada a escrever sobre a experiência do luto atenta também ao que a chamada da reportagem conceitua como promessa de vida eterna.


Viver

Antes de adentrar no tema do luto, penso que seria mais proveitoso tratarmos do conceito de viver. Para o dicionário, viver é a condição de ter vida, de estar vivo.  
Enquanto para a espiritualidade, viver é dar sentido a sua própria existência. Viver é a capacidade que o ser humano buscar sua santidade nas ações cotidianas.


Pensando nisso... 

Será que os nossos dias tem sido de sentido? Que valores éticos/morais norteiam a prática cotidiana? São essas realidades que permitem a condição de viver, contando os dias não pelo número de horas, mas pela intensidade da vivência diária, seja porque sabemos colocar sentido nos dias ou viver o ócio como parte do que somos. 


Mas 
A experiência das perdas e do luto são realidades intrínsecas a condição de humanidade, eles nos recordam que somos finitos e, por isso, precisamos regar diariamente as plantas da vida, cuidar não porque perderemos, mas porque tem valor, nossa vida tem valor, a vida de quem amamos tem valor.


Dor

A experiência do luto traz, além de uma dor imensurável, um vazio interior, uma lacuna que pode levar anos para amenizar. Mas, como disse a professora Maria Helena Franco (PUCSP) ,“o processo de luto é necessário para que a pessoa possa se dar conta de que essa morte aconteceu e que a sua vida não será mais a mesma”. Não é a dor pela dor, é a dor pelo amor.  


Gratidão

O sentimento e as lembranças podem ser a melhor e maior expressão de gratidão que o luto deixa ao ser humano como legado. A capacidade de discernir, de conscientizar e a certeza da finitude podem fazer de nós homens e mulheres gratos.


Refletir

Diante da minha inquietude compartilhada, faço-me entender que, nem o sofrimento nem a morte são para mim algo fácil. Antes estes temas são tensos e intensos. Todavia, não posso ficar indiferente a uma ‘inteligência artificial’ que, em nome da perpetuação, adentra no íntimo do ser humano para alimentar nele uma falsa deidade. Não, não é quem fica que precisa reter para si o amor que morreu, quem fica precisa saber e sentir que, o amor vivido entre si nutrirá para sempre a benção que foi essa pessoa na sua vida. A morte nos ensinará eternamente a importância que é viver.



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